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para pensar as ações que ocorreram na paralização, é necessário falar de autonomia.

em inúmeros momentos viu-se uma dependência dos estudantes em relação aos professores para se propor atividades. coisa que sempre ocorreu na universidade, mas que se evidenciou nesta ocasião.

refletindo sobre minha educação fundamental e colegial, é difícil encontrar momentos de autonomia e independência. ou você se encaixa em alguma proposta que foi previamente arquitetada, ou você se queixa do que poderia melhorar mas ninguém se mexe para mudar.

a estrutura se faz nessa lógica. o professor fornece o conhecimento, depois aplica provas ou trabalhos, os alunos se conformam ao que é proposto. os diretores ditam as diretrizes e valores da escola, funcionários, professor e alunos acatam. o reitor repassa verba e instruções, o restante cumpre.

nada de novo. mas a movimentação de paralização mostrou que a estrutura educacional não precisa cumprir sempre com todas essas cláusulas. "se a gente não se responsabilizar por isso, não vai ter bateria nos atos do instituto de artes.", essa foi a frase do Gabriel Ferreira (LEM 4) para mim, que me fez entrar de cabeça com o que eu podia nos atos e na movimentação. obviamente que isso nos levou a fazer muito mais do que havíamos proposto. de fato, sem os instrumentos que nós levamos, sem o ritmo que ensaiamos e propomos, os atos do Instituto de Artes não seriam os mesmos. não havia nenhuma cobrança perante essa ação. assim como em vários outros eventos puxados pelos próprios estudantes.

enfim, poderia falar sobre muitos outros eventos e propostas que foram desenvolvidas, não só no período da paralização como durante a minha formação no IA, mas é legal focar no fato de que cada um tem um anseio e uma habilidade e se focar nesta coisa, se responsabilizar por ela, num contexto social, faz grande diferença e te leva a lugares muito mais profundos que a própria ideia inicial.

NÃO ao desmonte da educação pública.